Tipos de sutura na odontologia o que é e para que serve

Tipos de sutura na odontologia: o que é e para que serve?

Diante de quaisquer procedimentos cirúrgicos, a sutura na odontologia se torna a etapa primordial para que os tecidos manipulados e envolvidos tenham a devida cicatrização, sem nenhuma complicação associada. Reaproximar os tecidos, com o fio certo e a mínima tensão possível, além de reconhecer os mais variados tipos são fatores fundamentais dentro da clínica odontológica.

Na Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, isso não seria diferente. Reconhecer os tipos de sutura na odontologia é fundamental para a hemostasia após a exodontia de elementos dentários, assim como para reaproximar tecidos de incisões extra-orais, intra-orais ou, até mesmo, lacerações e feridas corto-contusas em face proeminente de traumas na região.

Para fortalecer os seus estudos e garantir informações atualizadas sobre a sutura na odontologia, separamos as principais informações para que você saiba suas definições e para que servem cada tipo específico – confira!

O que é a sutura na odontologia?

Antes de definirmos o que é a sutura na odontologia, precisamos compreender um pouco sobre os princípios cirúrgicos. Esses princípios são etapas específicas do procedimento cirúrgico, no qual o cirurgião se orienta para obter os melhores resultados possíveis após o seu término, são eles:

  • Diérese: é a incisão/divulsão na hora da cirurgia, ou seja, corresponde ao corte;
  • Exérese: é a remoção, que pode ser de tecido ou do elemento dentário;
  • Hemostasia: é o controle do sangramento ativo;
  • Síntese: sutura propriamente dita.

Com isso, a sutura na odontologia pode ser definida como a ação ou procedimento utilizado para aproximar as bordas dos tecidos que, anteriormente, foram incisionadas no momento da diérese ou, então, lesionadas por algum trauma que tenha provocado lacerações ou ferida corto-contusa.

O que é a sutura na odontologia
Fonte/Reprodução: original

Há um leque de tipos de sutura diferentes que podem ser aplicadas tanto em cavidade oral como, também, em face. Cada um apresenta diferentes características clínicas que favorecem a cicatrização tecidual e a correta recuperação do paciente. Quando uma sutura é feita, uma cascata de eventos ocorre para que haja a devida cicatrização do tecido envolvido em 6 principais etapas:

  • Hemostasia: tem início logo quando a sutura é feita, onde o organismo inicia esse controle de sangramento com a função das plaquetas, que são devidamente ativadas por meio da vasoconstrição de todos os vasos sanguíneos presentes na região e pela formação do coágulo;
  • Processo inflamatório: logo após a sutura, começa um processo inflamatório fisiológico como uma primeira resposta para a agressão que o tecido sofreu. Assim, o organismo libera mediadores químicos da inflamação, como as citocinas, responsáveis pelo recrutamento das células responsáveis pela inflamação para atuar na reparação do tecido;
  • Proliferação das células: células endoteliais e fibroblastos começam a sofrer migração para o local do trauma com o objetivo de formar um novo tecido e garantir que tenham nutrientes e oxigênio para a cicatrização;
  • Formação do tecido de granulação: responsável por fechar todo o espaço entre as duas bordas do tecido, sendo um tecido conjuntivo bem rico em vascularização e em células – ideal para fornecer uma matriz que sirva como suporte tanto para a deposição desse tecido novo quanto para a migração das células;
  • Regeneração epitelial: quando células epiteliais migram para a região do trauma e produzem tecido para fechar a ferida;
  • Remodelação: por fim, a etapa final, onde há a substituição desse tecido de granulação para um tecido mais organizado, em camadas celulares e mais resistente. Há deposição de colágeno, assim como sua remodelação para garantir o correto fechamento.

Quando aplicamos uma sutura na odontologia para o fechamento da ferida e aproximação das bordas, é possível afirmar que se trata de uma cicatrização por primeira intenção, ou seja, quando há essa reaproximação e toda essa cascata de eventos descritos anteriormente.

Indicações de sutura na odontologia

Por si só, a sutura realizada para a aproximação das bordas é a chave para se ter uma cicatrização mais rápida, eficiente e sem nenhuma complicação pós-operatória. Tanto na prática clínica como hospitalar, é comum se deparar com situações que necessitam de sutura. Para isso, as principais indicações de sutura na odontologia são:

  • Lacerações em face ou feridas corto-contusas;
  • Lesões que tenham afastamento entre as suas bordas;
  • Feridas em que não haja nenhum sinal de infecção ou contaminação;
  • Procedimentos cirúrgicos.

No geral, grande parte dos procedimentos cirúrgicos necessitam de sutura na odontologia, como, por exemplo, exodontias, cirurgias ortognáticas ou para fixação interna rígida, cirurgias periodontais, dentre outras. Assim, há maior controle e recuperação do paciente em termos de cicatrização.

Contraindicações para sutura na odontologia

A sutura na odontologia está contra indicada, principalmente quando há sinais de infecção na ferida, conhecidos também como os sinais flogísticos, somados com a presença de drenagem purulenta. Além disso, não se indica também quando há corpo estranho dentro da ferida ou, então, quando há uma grande perda tecidual, na qual se opta pela cicatrização por segunda intenção.

Principais tipos de sutura na odontologia

A escolha do tipo de sutura na odontologia, junto com fio empregado e com todos os cuidados operatórios, é fundamental para a boa recuperação do paciente e a correta cicatrização de sua ferida. Diante disso, os principais tipos de sutura empregados dentro da Odontologia são:

Sutura simples

É a sutura mais empregada dentro da odontologia, geralmente em incisões mais simples ou pequenas. Pode ser empregada em biópsias, pequenas lacerações em face, em suturas interproximais ou após exodontia.

Sutura em U

É feita tanto horizontalmente como, também, verticalmente e se diferencia da sutura simples na hora de movimentar a agulha durante a sua realização. Quando atravessa uma borda da ferida, ela retorna em sentido inverso e dá a sensação de que é um ‘’U’’.

Sutura em X

A sutura em X é uma das mais utilizadas após uma exodontia. Em formato clássico de ‘’X’’, ela atravessa bem o alvéolo após a cirurgia e pode ter seu nó dado tanto internamente como, também, externamente.

Sutura contínua simples

Muito utilizado para lacerações maiores, a sutura contínua simples é uma sequência de pontos, com nós apenas no início e no seu término.

Sutura contínua festonada

Por fim, a sutura festonada contínua é uma modificação da simples, na qual a passagem do fio vai por dentro de seu nó e garante maior resistência a incisão.

Tipos de fios utilizados na sutura

Dentro da sutura na odontologia, é comum observarmos que há diversos tipos de sutura – cada uma com suas características e indicações de uso. No entanto, há pontos específicos que determinam qual você deverá escolher para a situação em específico que você pretende empregar, são eles:

  • O fio deverá causar uma mínima tensão e reação do tecido na hora da sutura;
  • Ele deve ter a resistência adequada;
  • Não pode sofrer degradação quando se tem produtos tóxicos;
  • Não deve ter predisposição para desenvolver quadro infeccioso;
  • Tenha manuseio fácil na hora da sutura na odontologia;
  • Não provoque nenhuma alergia ao corpo;
  • Seja estéril.

Assim como cada tipo de sutura na odontologia, é importante reconhecer os diferentes tipos de fios que podem ser empregados na prática clínica e cirúrgica. Há os fios que se apresentam como agulhados e aqueles não agulhados, no entanto, dentro da odontologia, os agulhados são os mais utilizados.

Tipos de fios utilizados na sutura
Fonte/Reprodução: original

Ainda, cada agulha apresenta um calibre e angulação diferentes, no qual os principais são de ⅕ e de ⅜. Em relação ao tipo do fio de sutura na odontologia, os principais são:

  • Categute: é biológico, com origem animal do intestino de bois;
  • Seda: possui uma boa resistência e é bastante utilizado na cirurgia oral menor;
  • Nylon: fio não absorvível, com boa resistência. Pode ser mono ou multifilamentar;
  • Polipropileno: geralmente utilizado para suturas que serão de longa duração, pela sua resistência;
  • Ácido Poligalático: fio reabsorvível, com reabsorção pelo organismo dentro de duas semanas.

É importante que o cirurgião dentista reconheça cada um deles. Afinal, saber qual tipo de fio para sutura na odontologia será utilizado é de grande importância, de acordo com a localização da ferida, sua localização, o acesso que apresenta e o tecido no qual será trabalhado.

Conhecer cada tipo de sutura na odontologia, assim como os fios empregados, é fundamental para a prática clínica e para a realização da prova. Uma vez que esse é um conteúdo abordado com frequência e que pode ser uma pegadinha aos interessados. Confira esse e mais conteúdos no nosso blog da RevisaBuco, e fique por dentro dos temas mais importantes para a residência!