Comum na rotina dentro da Estomatologia, a candidíase oral geralmente se desenvolve em pacientes com doenças sistêmicas ou deficiências imunitárias. Há diferentes tipos de candidíase que podem acometer a cavidade oral, por isso, precisamos compreender cada uma de suas características e nos preparar tanto para a clínica como para a prova de Residência.
Clinicamente, precisamos ter mais atenção quanto às informações ditas pelas pessoas para entender a causa real do problema. Pois, deste modo, conseguimos compreender e fornecer o melhor tratamento ao caso clínico diagnosticado. Saiba mais sobre essa condição e como ela pode ser cobrada em sua prova!
O que é candidíase oral?
A candidíase oral é uma patologia infecciosa causada pelo fungo Candida albicans. O fungo afeta, geralmente, pacientes que possuem imunidade baixa, como, por exemplo, bebês, pacientes gripados ou que sofrem de AIDS – doenças estas que diminuem a ação do sistema imunológico e colaboram para o aparecimento de agentes oportunistas.
Sua manifestação clínica pode acontecer na pele ou nas mucosas do corpo, incluindo a oral ou a genital. Há, ainda, fatores além do sistema imunológico comprometido que podem colaborar para o desenvolvimento da doença, como um tratamento prolongado com antibióticos, má higiene, imunossupressão provocada pelo uso de corticoides ou, então, algumas doenças de caráter inflamatório.
Quais são as causas da candidíase oral?
A patologia é causada por desequilíbrios do sistema imunológico que favorecem o aparecimento do fungo Candida, em quantidade excessiva. Doenças como hipotireoidismo, diabetes e a leucemia são potenciais facilitadores para a candidíase oral se proliferar e gerar incômodo nos pacientes.
Porém, não podemos considerar que apenas as doenças endócrinas ou sanguíneas causem o problema. Afinal, uma dieta rica em carboidratos, tabagismo, uso de medicamentos antibióticos ou corticoides de forma crônica também são potenciais fatores que precisamos avaliar durante o diagnóstico. Outros fatores que colaboram para o desenvolvimento da candidíase incluem:
- Deficiência nutricional, causado pela falta de ferro, ácido fólico ou vitamina B12;
- Xerostomia;
- Dieta feita apenas com carboidratos;
- Má higiene bucal;
- Uso da dentadura durante a noite;
- Traumas bucais;
- Uso de drogas.
Deste modo, devemos conversar com os pacientes durante o atendimento para compreendermos fatores cruciais através de uma boa e detalhada anamnese. Dentre esses fatores estão o histórico clínico, idade e suas características fisiológicas, afinal, gestantes tendem a desenvolver a candidíase oral por estarem com o sistema imunológico mais fraco.
Como ocorre sua transmissão?
Em bebês, a Candida se desenvolve a partir do contato com locais contaminados que podem incluir o bico do seio, as mãos da mãe ou bico de mamadeira. Ainda, podemos detectar que o problema seja causado quando a criança com diarreia leva a mão suja até a boca, favorecendo os fungos.
Ressaltamos, ainda, que a candidíase oral é transmitida diretamente de uma pessoa a outra. Podemos exemplificar também o beijo e o contato sexual sem preservativo, que são portas de entrada para o aparecimento da patologia nos adultos.
Falta de higiene bucal é uma causa para a candidíase oral?
Um dos fatores contribuintes para o surgimento da candidíase oral é a falta de higienização adequada. Uma limpeza bucal precária pode ser a principal causa da patologia e, em casos similares, considere conversar com o paciente e indicá-lo métodos de higienização adequada.
Ainda, o uso de próteses orais pode favorecer o desenvolvimento da candidíase caso não haja a correta higienização, tanto da dentadura como, também, a escovação da mucosa na qual ela está apoiada. Por isso, sempre devemos orientar bem os pacientes quanto à higienização oral e ao uso dessas próteses.
Idade avançada é um fator contribuinte à candidíase oral?
A candidíase pode ser causada também pela idade avançada e pelo fato deste público usar continuamente a dentadura durante a noite. Não indicamos que nenhum paciente faça seu uso no período de descanso por contribuir com o desenvolvimento de doenças graves, como a pneumonia, que é mais severa em idosos.
Inclusive, a utilização na hora de dormir causa dores nas gengivas, além de deixá-las inchadas e extremamente doloridas. Durante as consultas, indique aos seus pacientes que removam a dentadura para não ter complicações ocasionadas pela candidíase oral.
Existem outros fatores predisponentes para a candidíase oral?
Como sabemos, pessoas com endocrinopatias que sofrem de timoma, síndrome poliglandular, insuficiência adrenal ou hipoparatiroidismo, podem desenvolver a Candida. Devemos mencionar também que pacientes que tenham uma dieta deficiente em nutrientes e minerais tendem a desenvolvê-la.
Como é a manifestação clínica da candidíase oral?
Os sinais característicos da candidíase oral são as rachaduras nos lábios ou vermelhidão localizada nas laterais da boca. Estes indícios tendem a ser confundidos com alergia ou reação por usar produtos diferentes do habitual, porém temos consciência de que este é um problema sério e que precisa ser analisado clinicamente.
Reiteramos que a Candida causa a sensação de algodão na boca e ardência nas regiões lesionadas. Podemos também identificar em exames, o aparecimento de placas de substância cremosa na região bucal, extremamente características da enfermidade devido à coloração, formato, tamanho e espessura e localização, afinal, elas ficam presentes em áreas como céu da boca, amígdalas, lado interno das bochechas e gengivas.
Quando os fungos se proliferam em excesso, causam dores na movimentação da boca, que incluem movimentos simples de mastigar ou falar. Claramente, a candidíase oral não causa apenas estes sintomas e sinais, podendo apresentar também:
- Sangramento em casos que o paciente raspou as lesões;
- Dor durante a alimentação;
- Sensação frequente de secura na boca;
- Modificações no paladar, podendo causar a perda parcial ou integral do sentido;
- Rachaduras e regiões avermelhadas nas laterais da boca;
- Em pacientes com AIDS, a Candida surge no esôfago, trato gastrointestinal e na região anal.
Ocasionalmente, aparecem lesões similares às aftas que podem ser manipuladas inadequadamente por pessoas que querem removê-las. Se o paciente procurar auxílio clínico com você, recomende a ele que não faça a raspagem com lâminas nos ferimentos, pois este processo causa a piora da candidíase.
Como é feito o seu diagnóstico?
O diagnóstico é feito na clínica odontológica por meio de uma avaliação realizada na boca e garganta. É recomendado que seja feita a coleta de uma amostragem para analisar em laboratório e identificar rapidamente o agente causador dos sintomas que seu paciente relatou.
Além disso, a anamnese é necessária para entender o histórico clínico da pessoa. Pois, como bem sabemos, as causas para a candidíase oral podem ser várias, desde o ato sexual desprotegido, até fatores patológicos ou síndromes, como a de Sjögren ou o consumo medicamentoso de antibióticos.
Tratamentos da candidíase oral
O tratamento da candidíase é prolongado e pode ser feito com medicamento via oral ou em via parenteral, em casos mais graves. Caso a Candida apareça no lado externo da boca, é possível recomendar cremes antifúngicos para aplicação local, até que o microrganismo desapareça totalmente da área afetada.
Para cuidar das crianças e bebês que contraíram a candidíase, recomendamos a prescrição de antifúngicos em gel, líquido ou como enxaguante bucal. O período de utilização deve ser informado aos pais que ficarão encarregados das aplicações diárias, até que o fungo não esteja mais em evidência.
O estudo acerca da candidíase oral promove entendimento íntegro a respeito da patologia, quais as formas de contágio e que tipos de pessoas podem desenvolvê-la. Através do RevisaBuco, com as novas turmas para 2024, você conseguirá aprender muito mais sobre os conteúdos mais cobrados na Bucomaxilofacial e se preparar para conquistar sua vaga na tão esperada residência!