Câncer de Boca O que é e como diagnosticar

Câncer de Boca: O que é e como diagnosticar?

O câncer de boca, também conhecido na terminologia utilizada pela Medicina e Odontologia como Carcinoma, que pode ser classificado dentre seus mais variados subtipos, é uma doença bastante presente na população, especialmente em tabagistas, etilistas e pacientes acima dos 50 anos.

Para se ter uma ideia da frequência em que ocorre, de acordo com dados coletados no último triênio pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que cerca de 15 mil novos casos de câncer de boca e de orofaringe sejam diagnosticados no Brasil nesse período, com maior prevalência nos homens.

Só com esses dados, observamos não só a prevalência da lesão na população como, também, o quão importante são as medidas de prevenção e a divulgação de informação a respeito desta doença.

E não para por aí: o câncer de boca também representa um grande fator de morbidade, visto que o seu diagnóstico é tardio em 50% dos casos.

De uma forma geral, o câncer de boca abrange todos os tipos de tumores malignos presentes por toda a região da cavidade oral, como a mucosa bucal, o palato duro, a gengiva, a língua, o assoalho da boca. E a orofaringe, sendo apontada como uma das principais causas de óbito por conta de neoplasias.

O que é o Câncer de Boca?

Podemos definir o câncer de boca como um dos tumores malignos, ou neoplasia, que pode acometer qualquer localização da cavidade oral, como, por exemplo, a mucosa jugal, palato duro ou mole, gengiva, língua, assoalho da boca e a orofaringe.

Com o surgimento do câncer de boca, podemos observar algumas lesões em boca que não cicatrizam por um longo período de tempo, bem semelhantes as tão conhecidas aftas, assim como também temos o surgimento de caroços na região da boca e linfonodos aumentados na região do pescoço.

O que é o Câncer de Boca
Fonte/Reprodução: original

Infelizmente, o câncer de boca é bastante comum em indivíduos com mais de 50 anos, bem mais frequente quando tem seus fatores de risco associados, como o consumo excessivo e regular de cigarro e álcool.

Por conta disso, é importante sempre realizar consultas periódicas com o cirurgião-dentista, seja ele estomatologista ou clínico geral. Quando o diagnóstico é feito o mais cedo possível e seu tratamento iniciado rapidamente, as chances de cura são maiores.

Como surge o Câncer de Boca?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, o câncer de boca tem relação direta com a associação dos dois principais fatores de risco para o surgimento da doença: o etilismo e o tabagismo. Entretanto, ainda há outras causas para o seu aparecimento, tais como:

  • Exposição aos raios ultravioletas do Sol;
  • Condições socioeconômicas e culturais;
  • Imunossupressão adquirida ou congênita;
  • Mascar fumo;
  • Fumar cachimbos;
  • Infecção pelo vírus do HPV;
  • Histórico familiar de câncer de boca;
  • Bochechos com enxaguantes orais que contêm álcool;
  • Consumo crônico de álcool e cerveja.

O principal sintoma do câncer de boca está no surgimento de uma lesão ulcerada na cavidade oral que não some nem cicatriza por mais de 15 dias. Junto a esse sinal, podemos notar “caroços” na boca, linfonodos aumentados na região do pescoço ou manchas brancas, vermelhas ou misturadas nos sítios acometidos.

Quando o câncer de boca se encontra mais avançado, podemos observar dificuldade e dor para engolir, falar e se alimentar, mau hálito que persiste mesmo após a escovação e perda de peso, devido à dificuldade na alimentação.

Segundo dados do próprio Sistema Único de Saúde, o câncer de boca é uma doença que pode ser prevenida de forma bem prática e simples: basta um investimento em ações de promoção à saúde, melhorar o acesso ao serviço oferecido pelo SUS para diagnósticos precoces e acesso às informações relevantes.

Em muitos casos, os sinais e os sintomas do câncer de boca aparecem de forma silenciosa e, principalmente por ser assintomático, muitos só procuram ajuda quando a lesão já está avançada.

Por isso, procure sempre fazer consultas periódicas com o cirurgião dentista, de forma que a lesão seja diagnosticada de forma precoce e o tratamento comece o mais rápido possível.

Como é feito o diagnóstico do Câncer de Boca?

O diagnóstico do câncer de boca é realizado através de um excelente exame clínico, entretanto, a confirmação de que a lesão de fato é maligna só chega através do histopatológico, após a realização de uma biópsia incisional.

Certos exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou a radiografia panorâmica também podem ser utilizados como complemento no diagnóstico do câncer de boca, principalmente para avaliar a extensão do tumor.

Antigamente, era padronizado uma espécie de autoexame feito pelo próprio paciente, entretanto, diferentes estudos realizados pelo próprio INCA mostraram que não há nenhuma evidência científica de que a ação que tenha causado redução no número de casos ou de mortalidade pela doença.

De qualquer forma, o cirurgião dentista deve sempre ser procurado — seja em consultas periódicas para exames clínicos regulares ou, então, caso tenha a presença de alguma lesão em cavidade oral, semelhante a uma afta, que não some nem cicatrize logo após 15 dias.

Quais são os tratamentos para o Câncer de Boca?

No geral, tanto o procedimento de biópsia como o diagnóstico do câncer de boca são etapas realizadas pelo próprio cirurgião dentista. Entretanto, logo após essa fase, o paciente deve ser encaminhado para iniciar o seu tratamento com o médico oncologista.

Quais são os tratamentos para o Câncer de Boca
Fonte/Reprodução: original

Há um leque de tratamentos disponíveis para o câncer de boca, como, por exemplo, procedimentos cirúrgicos para a remoção da lesão, radioterapia, terapia alvo ou quimioterapia.

A escolha de tratamento varia conforme a extensão, o grau de malignidade, a localização do tumor e a presença ou não de metástases, ou seja, formação de novas lesões causadas pelo tumor em outras partes do corpo.

Cirurgia

A remoção do câncer de boca através do procedimento cirúrgico é realizado para evitar eventuais metástases ou, então, evitar sua evolução de tamanho. Há diversas cirurgias para isso, tais como: glossectomia, mandibulectomia, maxilectomia e laringectomia.

Quimioterapia

A quimioterapia consiste no uso de medicamentos, que podem ser administrados em via oral ou parenteral no hospital, como, por exemplo, a cisplatina, 5-fluorouracil ou a docetaxel. O objetivo da terapia é eliminar as células tumorais em crescimento de forma rápida e evitar a metástase do tumor.

Radioterapia

Bem semelhante à quimioterapia, a radioterapia é outra forma de tratamento utilizada para o câncer de boca. Entretanto, no lugar do uso de medicamentos, é utilizado radiação para retardar o crescimento e destruir as células cancerígenas. Ela pode ser feita sozinha ou em conjunto com a quimioterapia.

Imunoterapia

A imunoterapia é realizada em ambiente hospitalar com o uso de medicamentos parenterais, como, por exemplo, o novilumabe ou o pembrolizumab, responsáveis por aumentar o sistema imunológico na luta contra o câncer, atuando na redução das células malignas.

Terapia alvo

Por fim, outra forma de tratamento consiste na terapia alvo, em que medicamentos específicos atuam diretamente nas células do câncer de boca e evitam efeitos nas células em homeostase do organismo.

Como reduzir os riscos de desenvolvimento para o Câncer de Boca?

É claro que ninguém está 100% protegido do câncer de boca — ou, até mesmo, de qualquer doença que pode acometer o nosso corpo — entretanto, é possível reduzir os riscos para o surgimento da doença em questão. Para isso, é indicado evitar todos os fatores de risco que contribuem para o surgimento da lesão e manter bons hábitos de higiene oral.

No que diz respeito a evitar os fatores de risco para o câncer de boca, refere-se a evitar o consumo em excesso de álcool, uso do cigarro, usar camisinha durante relações sexuais (inclusive orais) e utilizar protetores de sol nos lábios.

O câncer de boca, infelizmente, ainda acomete grande parte da população brasileira e é responsável por uma alta taxa de morbilidade e de mortalidade. Por isso, é importante manter consultas regulares com o seu cirurgião dentista e sempre estar atento a lesões que se mantêm na boca mesmo após duas semanas.